domingo, 12 de maio de 2013

Somos Máquinas ou Nuvens?


Certa vez, ouvi alguém comparar a vida religiosa com uma engrenagem, uma máquina repleta de parafusos, roldanas, alavancas, numa percepção endurecida e robótica. Tal pensamento revela o grau mais imaturo na escala do entendimento espiritual. Termos como soldados, guerreiros, batalha espiritual são também frequentemente usados por quem vive a religião deste jeito – rigidez e disciplina devem ser implacáveis; não existe espaço para a flexibilidade. Afrouxar as rédeas para estas pessoas é algo perigoso, elas não estão seguras o bastante em suas convicções a ponto de relaxar, precisam de um esquema militar a fim de manterem-se na linha. Não raro, também agem de modo implacável com seus semelhantes, tentando esconder suas falhas por trás da muralha de aparente perfeição.
Na verdade, a genuína religião, chegada a maturidade espiritual, é mais parecida com uma nuvem levada pelo vento, a corrente de um rio, a semente brotando na terra. É uma dança executada em qualquer lugar, a qualquer hora; uma canção imaginária dentro do coração. Nenhuma dureza existe, nenhuma peça de metal a ser engraxada. A rigidez se vai, os padrões morrem, o dogma desaparece. Deixamos para trás os soldados robôs e sentimos o prazer libertador de sermos verdadeiramente filhos de Deus.

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