domingo, 5 de maio de 2013

A dor da sabor ao prazer


O paradoxo é a única regra existencial. Fugir disso mergulha a alma em conflitos.
Não é possível desfrutar o bem sem experimentar o mal. A dor bem compreendida conduz ao prazer supremo. Aceitar a morte abre caminho para a plenitude da vida – os opostos se abraçam, conversam, convivem, como duas pontas de uma mesma energia. Tanto bem quanto mal, dor e prazer, morte e vida são fenômenos que conduzem até a aceitação do todo em nós, nos livrando do peso da dualidade. Desejar uma vida totalmente feliz é tão enganoso quanto permitir-se ficar afundado em tristezas. Este mundo é feito de altos e baixos, bonança e tempestade, calor e frio. Abraçar o paradoxo nos faz atracar no porto tranquilo de Deus, pois tanto em momentos difíceis, quanto em horas de alegria estaremos firmados num contentamento incólume, como uma árvore flexível acompanha as mudanças do vento sem se abater. Invernos e verões são recebidos com a mesma gratidão sabendo que para a erva há tempo de recolhimento e tempo de florescer. 

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