O
paradoxo é a única regra existencial. Fugir disso mergulha a alma em conflitos.
Não
é possível desfrutar o bem sem experimentar o mal. A dor bem compreendida
conduz ao prazer supremo. Aceitar a morte abre caminho para a plenitude da vida
– os opostos se abraçam, conversam, convivem, como duas pontas de uma mesma
energia. Tanto bem quanto mal, dor e prazer, morte e vida são fenômenos que conduzem
até a aceitação do todo em nós, nos livrando do peso da dualidade. Desejar uma
vida totalmente feliz é tão enganoso quanto permitir-se ficar afundado em
tristezas. Este mundo é feito de altos e baixos, bonança e tempestade, calor e
frio. Abraçar o paradoxo nos faz atracar no porto tranquilo de Deus, pois tanto
em momentos difíceis, quanto em horas de alegria estaremos firmados num
contentamento incólume, como uma árvore flexível acompanha as mudanças do vento
sem se abater. Invernos e verões são recebidos com a mesma gratidão sabendo que
para a erva há tempo de recolhimento e tempo de florescer.
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